sábado, 12 de abril de 2008

Olimpíadas de Pequim 2008

Esse trecho a seguir é de uma longa reportagem do Der Spiegel:

China perde o controle dos Jogos Olímpicos

A China há muito aguardava para se exibir como uma anfitriã cosmopolita e tolerante dos Jogos Olímpicos. Mas o evento esportivo já se transformou em um desastre de relações públicas para o país. A repressão no Tibete e outras em andamento revelaram o quanto o país continua sendo um Estado policial

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As questões que eu coloco:

Quais as chances dessa edição das Olimpíada terem o sucesso desejado, com tantas pessoas sendo presas e impedidas de se manifestarem?

Todos faremos de conta que nada acontece e deixaremos os jogos se aproximarem e acontecerem?

Ataques terroristas poderão acontecer ameaçando a vida de atletas, turistas e organização dos jogos?

O COI se manifestará de alguma forma? Ou seguirá silencioso e se calará frente a uma tragédia ou constrangimento internacional anunciados?

Os outros países desempenharão que papel nesse contexto? Ficarão em silêncio para não se indisporem contra a poderosa nação chinesa?

E os atletas, se rebelarão, se manifestarão de alguma forma?

Enfim, essa Olimpíada tem tudo para realmente entrar para a história como Berlim 1936 e Munch, 1972. Cada uma com suas próprias tragédias...

Hitler e a Alemanha nazista também queriam mostrar ao mundo serem excelentes anfitriões. Deu no que deu...

O contexto no Oriente Médio e a invasão do alojamento israelense pelo Setembro Negro também marcou a história dos Jogos. Golda Mehir e o governo israelense não deixaram por menos...

Eu particularmente perdi a vontade de assistir a esses Jogos, sabendo de tudo que estará acontecendo nos bastidores...

Um boicote internacional é plenamente justificado. Mas haja vontade política!

Um comentário:

Ana Mesquita disse...

Não vai haver boicote, Venê. A Olímpiada é hoje, acima de tudo um grande negócio. Há uma montanha de dinheiro envolvido. A maior parte das pessoas no meio esportivo parece achar que a política não pode interferir na "grande festa do esporte", como se isso fosse possível, como se esse discurso mesmo já não fosse tão político! A verdade é que é mais fácil dizer isso do que assumir uma postura mais comprometida com os valores que professam de forma vazia ou hipócrita. Do ponto de vista dos atletas, então, a coisa fica mais complicada. Pergunte aos que estão se preparando há 4 anos se estão dispostos a abrir mão da possibilidade de conseguir a "glória olímpica" a fim de pressionar a China a libertar o Tibet e o próprio povo. Muitos desses atletas estão convencidos de que esse é o único sentido de suas vidas e eles podem não ter nenhuma outra chance. Muito individualista, mas nossa cultura não é essa?