sábado, 26 de abril de 2008

A terra tremeu em São Paulo em abril. Entramos no seleto grupo dos países atingidos por terremotos?

Dia 22 de abril, dia do descobrimento do Brasil.

Isto é, o Brasil descobriu o que é um terremoto de gente grande: 5,2 graus na escala Richter*.
Mas esse nem foi o primeiro muito menos o único. Nosso país volta e meia é atingido por pequenos abalos, comparados aos que ocorrem em outras partes do próprio continente, como nos Andes ou em outras partes do mundo. Mas um terremoto de 5,2 graus não é um fato isolado. Leia mais a respeito dos maiores abalos registrados no país aqui (página da UnB sobre sismicidade no país).

Alguns estados sentiram os efeitos da passagem das ondas geradas pelo abalo. Em particular o estado de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro. O epicentro** do terremoto foi localizado a 270km de São Paulo, em pleno Oceano Atlântico, mas a 218km do litoral paulista.

Houve relatos de danos causados pelo ocorrido, como rachaduras em edifícios, em particular um hospital na zona leste de São Paulo; danos às tubulações de água em Mogi das Cruzes, interrompendo o abastecimento por horas também foram associados ao evento.

Dois conceitos importantes relativos a esses fenômenos:

epicentro - o centro de onde irradia toda a turbulência gerada pelo tectonismo localiza-se geralmente em profundidades elevadas. Esse ponto central do tremor é chamado de hipocentro. O ponto correspondente, em linha vertical, na superfície é o chamado epicentro. O epicentro é mais significativo para a humanidade pois os danos causados por um abalo estão associados à energia que atinge a superfície e se distribui em volta desse ponto.

escala Richter - em 1935, na Caltech, USA, os sismólogos Charles Francis Richter e Beno Gutemberg criaram uma escala associada às magnitudes das ondas geradas pelos sismos. A magnitude dessas ondas está associada à energia transportada por elas. Mede-se a magnitude das ondas tipo P*** e tipo S*** a 100km do epicentro e tira-se o logaritmo:

M = logA - logA0


A - amplitude medida pelo sismógrafo;
Ao - amplitude mínima de referência


Na origem, essa escala iria de 0 a 9, pois acreditava-se na inexistência de sismos com magnitude maior do que 9. No entanto, esse índice foi superado em 1960 quando ocorreu no Chile um terremoto com 9,5 graus.

O índice 0 (zero) inicialmente referia-se ao menor abalo detectável pelos sismógrafos. De lá para cá, a sensibilidade dos instrumentos, bem como sua distribuição pelo planeta permitiram detecção de sismos bem mais fracos de modo que hoje admite-se hoje graus negativos na escala Richter.

Hoje, portanto, a escala Richter é aberta, embora imaginar abalos maiores do que o chileno constitui-se num enorme pesadelo.

ondas tipo P e tipo S - São as chamadas ondas de volume.

- as ondas tipo P são as primárias, com maior velocidade, longitudinais fazendo as rochas vibrarem na mesma direção da onda, como se fosse partes de um elástico;
- as ondas tipo S são as secundárias, com velocidade um pouco inferior, transversais fazendo as rochas vibrarem perpendicularmente à direção da onda, como ondas na superfície da água.




Esses dois tipos de onda não são os únicos, há também as ondas de superfície (Rayleigh e Love). Mas são as ajudam a entender melhor não só o próprio sismo, mas também permitem mapear o interior do planeta.

Leia mais aqui.

Um comentário:

Ale disse...

Fala professor, tudo certo?

Sou o Ale, faço cursinho a noite lá no objetivo.

Meu camarada que faz a tarde acabou de me falar do teu blog. Eu escrevo pra um site, tinha colocado uns textos de física legais lá, é que foram deletados, se não ia te passar pra você dar uma olhada.

Falow Venê, abraços.