Procurador vai acusar Eduardo Azeredo por mensalão mineiro, diz jornal
Da Redação
Em São Paulo
A denúncia com uma lista de políticos será encaminhada ao STF, (Supremo Tribunal Federal) nos próximos dias. O ex-governador é apontado pela Polícia Federal como mentor e principal beneficiário do esquema de arrecadação ilegal de recursos das eleições de 1998, quando disputou o governo do Estado de Minas.
Segundo a reportagem, o inquérito relaciona também, entre os 36 envolvidos no esquema, o atual ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, o publicitário Duda Mendonça e o empresário Marcos Valério, além de coordenadores da campanha de Azeredo, dirigentes de estatais mineiras e executivos de empresas que tinham negócios com o governo.
A PF apurou, segundo a reportagem, que a coligação de Azeredo arrecadou mais de R$ 80 milhões na campanha e só declarou à Justiça Eleitoral R$ 8,22 milhões. Do total gasto, conforme perícia do Instituto Nacional de Criminalística, R$ 10,8 milhões foram doados a mais de 170 candidatos de 19 partidos, além de avulsos. Em número de candidatos beneficiados, o PT ficou em primeiro lugar, com 35 nomes. Entre os candidatos tucanos, o segundo mais aquinhoado foi o atual governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que recebeu R$ 110 mil.
O inquérito é assinado pelo delegado Luiz Flávio Zampronha e tem 172 páginas. Segundo a perícia, o dinheiro veio na maior parte dos cofres públicos de Minas, sobretudo de cinco estatais: Copasa, Bemge, Cemig e Fundação Duprat. O restante foi doado clandestinamente por grandes empresas prestadoras de serviço do Estado.
Ouvido pelo "O Estado de S. Paulo", Eduardo Azeredo disse esperar receber do procurador-geral o mesmo tratamento dispensado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na denúncia do mensalão. O ex-governador espera ficar de fora da acusação formal.
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