Um dos presos ouvidos nesta quinta-feira em audiência da CPI do Sistema Carcerário, em Belém (PA), afirmou que a adolescente de 15 anos mantida por mais de 20 dias dentro de uma cela masculina, em Abaetetuba (PA), dizia "o tempo todo que era de menor, mas não tinha documento para provar". Segundo ele, a menina manteve relações sexuais com seis dos cerca de 20 detentos que estavam na carceragem.
Quando deixou a carceragem, a garota disse ao Conselho Tutelar que sofria abusos sexuais, que se prostituiu em troca de comida e que foi agredida --ela apresentava marcas de cigarro no corpo. Toda a família da garota --oito pessoas, incluindo um bebê de dois meses-- está no Provita (Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas).
Os três delegados envolvidos na prisão da menina dizem que não sabiam da menoridade dela. No último dia 27 de novembro, em uma audiência no Senado, o delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Raimundo Benassuly, afirmou acreditar que a garota tenha "alguma debilidade mental", por não ter afirmado que tinha menos de 18 anos quando foi presa. Severamente criticado, ele entregou o cargo no dia seguinte.
Ontem (5), a corregedora da Polícia Civil do Pará, Liane Martins, insinuou, assim como Benassuly, que a menina tem problemas mentais; que não há motivo para exonerar os delegados envolvidos porque eles foram "levados ao erro"; e que a menina provocava sexualmente os presos.
No total, a CPI do Sistema Carcerário quer ouvir 22 pessoas nesta quinta-feira. Entre elas estão a juíza Clarice Maria de Andrade, que determinou a prisão da menina; a presidente do TJ (Tribunal de Justiça) do Pará, desembargadora Albanira Lobato Bemerguy; promotores, agentes de polícia e delegados.
A saga continua...
E o foco da discussão ainda está no fato de a garota ter ou não mentido sobre a idade e ter ou não sido violentada ou ter se insinuado. Então vejamos: ela mentiu sobre a idade. Os delegados, ingênuos e inocentes, acreditaram. Afinal, todo mundo é inocente até ser provado o contrário. Então se eu chegasse a essa delegacia e dissesse que sou advogado, eles acreditariam. Ah, nesse caso não! Eles pediriam minha credencial. E se fosse falsa? Eles checariam junto a um órgão competente? mas no caso da menina, certamente ela deve ter sido muito convincente, dispensando qualquer checagem.
Mas a questão maior por tráz ainda é a mesma: colocar homens e mulheres encarcerados na mesma cela. E não lançar mão de prerrogativa de proteção à menor, suposta ou não. Sem mencionar que segundo as reportagens inicias, a menina era conhecida na cidade. E mesmo que não fosse de todos, alguém seria capaz de identificá-la e indicar sua idade.
Agora é tão tarde para isso que o negócio é juntar esforços no sentido de desqualificar a vítima, trnasformando-a até, se possível, em algoz.
Coitados dos presos. Deve ter sido difícil ficar 26 dias sendo submetidos a insinuações insistentes da diabólica menina. E os policiais e delegados? Foram feitos de bobos por ela ao mentir sua idade...
Eu estou acompanhando essa história e quero saber até onde vai isso. Não vai acabar em pizza!!Não pode!!
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